A água (Citoquímica)


A água (Citoquímica)
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A quantidade de água e sais minerais na célula e nos organismos deve ser perfeitamente balanceada, qualificando o chamado equilíbrio hidrossalino.

Esse equilíbrio é fator decisivo para a manutenção da homeostase.

Além disso, eles desempenham numerosos papéis de relevante importância para a vida da célula.

A queda do teor de água, nas células e no organismo, abaixo de certo limite, gera uma situação de desequilíbrio hidrossalino, com repercussões nos mecanismos osmóticos e na estabilidade físico-química (homeostase). Isso caracteriza a desidratação e põe em risco a vida da célula e do organismo.

A água é obtida através da ingestão de alimentos sólidos ou pastosos, de líquidos e da própria água. Alguns animais nunca bebem água, eles a obtêm exclusivamente através dos alimentos.

Ao fim das reações de síntese protéica, glicídica e lipídica, bem como ao final do processo respiratório e da fotossíntese, ocorre a formação de moléculas de água. Por isso o teor de água no citoplasma é proporcional à atividade celular. Nos tecidos muscular e nervoso sua proporção é de 70 a 80%, enquanto que no tecido ósseo é de cerca de 25%.

Além da atividade da célula ou tecido, o teor de água em um organismo depende também da espécie considerada. Nos cnidários (águas-vivas) sua proporção pode chegar a 98%, nos moluscos é um pouco maior do que 80%, na espécie humana varia entre 60 e 70%.

A proporção varia também com a idade do indivíduo. Nos embriões, a quantidade de água é maior do que nos adultos.



Importância da Água
-> Ela representa o solvente universal dos líquidos orgânicos. É o solvente do sangue, da linfa, dos líquidos intersticiais nos tecidos e das secreções como a lágrima, o leite e o suor.

-> É a fase dispersante de todo material citoplasmático. O citoplasma nada mais é do que uma solução coloidal de moléculas protéicas, glicídicas e lipídicas, imersas em água.

-> Atua no transporte de substâncias entre o interior da célula e o meio extracelular.

-> Grande número de reações químicas que se passam dentro dos organismos compreende reações de hidrólise, processos em que moléculas grandes de proteínas, lipídios e carboidratos se fragmentam em moléculas menores. Essas reações exigem a participação da água.

-> Pelo seu elevado calor específico, a água contribui para a manutenção da temperatura nos animais homotermos (aves e mamíferos).

Arquitetura Romana

Arquitetura Romana
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O desenvolvimento da arte romana começou a partir do século II a.C., época em que Roma já dominava a totalidade do Mediterrâneo e avançava com passos firmes sobre o norte da Europa e a Ásia. Duas importantes culturas convergiram no período: a etrusca e a grega. A primeira, presente desde o início, no século VIII a.C., se caracterizava por um acentuado orientalismo, fruto do estreito contato comercial que os estruscos mantinham com outros povos da bacia do Mediterrâneo. Quanto a influência grega, o processo de helenização dos romanos tornou-se intensivo a partir do século IV a.C. e se traduziu em todos os âmbitos da cultura: a escultura, a arquitetura, a literatura e, inclusive, a religião e a língua.

Discute-se muito se existe ou não um estilo romano. A dúvida provém do fato de que os romanos não criaram um estilo próprio; na verdade, a arquitetura da Roma Antiga é formada por um conjunto de elementos gregos e etruscos. O plano do templo é herdado dos etruscos. Quanto à ornamentação, é grega, sendo coríntia a ordem preferida. Ou se mandavam trazer da Grécia esculturas, colunas e objetos de todo tipo, ou se fazia cópias dos originais nas oficinas da cidade. O espírito romano, mais prático e menos lírico, não demorou muito a oferecer sua própria versão do estilo. Da fusão dessas tendências é que se formou o chamado "estilo romano".

Embora não haja dúvida de que as obras arquitetônicas romanas tenham resultado da aplicação das proporções gregas à arquitetura de abóbadas dos etruscos, também é certo que lhes falta um caráter totalmente próprio, um selo que as distinga.

Para começar, a partir do século II a.C., os arquitetos da antiga Roma dispunham de dois novos materiais de construção. Um deles, o opus cementicium - uma espécie de concreto armado -, era material praticamente indestrutível. Do outro lado estava o opus latericium, o ladrilho, que permitia uma grande versatilidade. Combinado com o primeiro material, ele oferecia a possiblidade de se construírem abóbadas de enormes dimensões e, apesar disso, muito leves.

Desde a instauração do império, no século I a.C., a arte foi utilizada em Roma como demonstração de grandeza. Não apenas mudou totalmente a imagem da capital como também a do resto das cidades do império. Palácios, casas de veraneio, arcos de triunfo, colunas com estelas comemorativas, alamedas, adquedutos, estátuas, templos, termas e teatros foram erguidos ao longo e ao largo dos vastos e variados domínios do império romano.


Arco do triunfo - Orange, França


Arcadas do peristilo do palácio de Diocleciano - Split, Iugoslávia


Aqueduto - Pont-du-Gard, França

Os romanos também modificaram a linguagem arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio) duas novas formas de construção: os estilos toscano e composto.

A evolução da arquitetura romana reflete-se fundamentalmente em dois âmbitos principais: o das escolas públicas e o das particulares. No âmbito das escolas públicas, as obras (templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos) apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam um conglomerado desordenado em torno do fórum - ou praça pública - das cidades.


Mercados e armazéns do Forum de Trajano -Roma


Basílica de Constantino - Fórum Romano


Foro de Trajano - Roma


Anfiteatro de Nimes - França

As obras particulares, como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da classe patrícia, se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em seus arredores, com uma decoração faustosa e distribuídas em torno de um jardim.




A plebe vivia em construções de insulae, muito parecidos com nossos atuais edifícios, com portas que davam acesso a sacadas e terraços, mas sem divisões de ambientes nesses recintos. Seus característicos tetos de telha de barro cozido ainda subsistem em pleno século XX.

A engenharia civil romana merece um parágrafo à parte. Além de construir caminhos que ligavam todo o império, os romanos edificaram aquedutos que levavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas.





Arcadismo no Brasil

Arcadismo no Brasil
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Em Ouro Preto, palco da Inconfidência Mineira, viveram e atuaram os principais escritores do Arcadismo brasileiro.
O Arcadismo no Brasil tem seu surgimento marcado por dois aspectos centrais. De um lado, o dualismo dos escritores brasileiros do século XVIII, que, ao mesmo tempo, seguiam os modelos culturais europeus e se interessavam pela natureza e pelos problemas específicos da colônia brasileira; de outro, a influencia das idéias iluministas sobre nossos escritores e intelectuais, que acarretou o movimento da Inconfidência Mineira e suas trágicas implicações: prisão, morte, exílio, enforcamento.
O Arcadismo brasileiro originou-se e concentrou-se principalmente em Vila Rica ( hoje Ouro Preto) MG, e seu aparecimento teve relação direta com grande crescimento urbano verificado nas cidades mineiras do século XVIII, cuja a base econômica século XVIII, cuja a base econômica era a extração de ouro.
O crescimento espantoso dessas cidades favorecia tanto a divulgação de jovens brasileiros, providos das camadas privilegiadas daquela sociedade, foram buscar em Coimbra, já que a Colônia não lhes oferecia cursos superiores. E, ao retornarem de Portugal, traziam consigo as idéias iluministas que faziam fermentar a vida cultural portuguesa à época das inovações políticas e culturais do ministro Marquês de Pombal, adepto de algumas idéias de ilustração.
Essas idéias em Vila Rica, levaram vários intelectuais e escritores a sonharem com Inconfidência do Brasil, principalmente após a repercussão da independência dos EUA (1776). Tais sonhos culminaram na frustada Inconfidência Mineira (1789).
Cecília Meireles, em seu Romanceiro da Inconfidência Mineira, registra o espírito febril provocado pelo ouro:
“Mil galerias desabam; mil homens ficam sepultados, mil intrigas, mil enredos prendem culpados e justos; já ninguém dorme tranqüilo, que a noite é um mundo de sustos.”


Os Árcades e a Inconfidência

s escritores árcades mineiros tiveram participação direta no movimento da Inconfidência Mineira. Chegados de Coimbra com idéias enciclopedistas e influenciados pela independência dos EUA, provavelmente não apenas engrossaram as fileiras dos revoltos contra erário régio, que confiscavam a maior parte do ouro extraído na Colônia, mais também divulgaram os sonhos de um país independente e contribuíram para a organização do grupo inconfidente. Esses escritores eram Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manuel da Costa.
Do grupo apenas um homem não tinha a mesma formação intelectual dos demais, nem era escritor: o alferes Tiradentes (dentista Prático).
Com a traição de Joaquim Silvério dos Reis, que devia vultosas somas ao governo português, o grupo foi preso. Todos, com exceção de Tiradentes, negaram sua participação no movimento. Cláudio Manuel da Costa, segundo versão oficial, suicidou-se na prisão antes do julgamento.
No julgamento, vários inconfidentes foram condenados a morte por enforcamento, dentre eles Tiradentes e Alvarenga Peixoto. Tomás Antônio e outros foram condenados ao exílio temporário ou perpétuo. Tiradentes assumiu para si a responsabilidade da liderança do grupo.
No 20 de abril de 1792, foi comutada a pena de todos participantes, excluindo Tiradentes, enforcado no dia seguinte. Seu corpo foi esquartejado e exposto por Vila Rica; seus bens, confiscados; sua família, amaldiçoada por quatro gerações; e o chão de sua casa foi salgado para que dele nada mais brotasse.
O Arcadismo no Brasil iniciou-se oficialmente com a publicação das Obras Poéticas de Cláudio Manuel da Costa, em 1768.


Cláudio Manuel: A Consciência Árcade

Depois de estudar no Brasil com os jesuítas, completou seus estudos em Coimbra, onde se formou advogado. Em Portugal, tomou contato com as renovações da cultura portuguesa compreendida por Pombal e Verney.



As suicidas não se batem os sinos

Oficialmente a história registrou a morte de Cláudio Manoel da Costa como suicídio por enforcamento. Segundo alguns, o poeta não teria revestido ao sentimento de culpa, uma vez que havia delatado, sob tortura, os participantes da conjuração.Com tudo, essa versão vem sendo contestada. Até hoje, em Ouro Preto, se fala que varias igrejas badalaram os sinos quando da morte do poeta. Por tradição, a igreja nunca toca os sinos a suicidas, o que pode ser indicio de assassinato e não suicídio.
De volta ao Brasil, Cláudio Manuel exerceu em Vila Rica a carreira de advogado e administrador. Sua carreira de escritor teve inicio com a publicação de Obras Poéticas. Em 1789, foi acusado de envolvimento na Inconfidência Mineira.
Sua obra é a que melhor se ajustou aos padrões do Arcadismo europeu.
O poeta cultivou a poesia Lírica e a Épica. Na Lírica, tem destaque o tema de Desilusão Amorosa. A situação mais comum em seus sonetos é Glauceste, o eu Lírico pastor, lamentar-se por não ter correspondido por uma musa inspiradora, Nise. Ou, então, lastima-se por se encontrar num lugar de grande beleza natural, mas não estar acompanhado pela mulher amada.
Nise é uma mulher personagem fictícia, incorpórea, presente apenas pela situação nominal. Não se manifesta na relação amorosa, não é descrita fisicamente, nem da qualquer mostra de corresponder alguém de verdade. Apenas representa o ideal da mulher amada inalcançavel – nítido traço de reaproveitamento do neoplatonismo renascentista.
Na épica, Cláudio escreveu Vila Rica, poema inspirado nas européias clássicas, que se trata da penetração bandeirante, de descoberta das minas.



Inconfidência

Falta de fé ou fidelidade para com alguém, especialmente para com o estado ou soberano
_ Abuso de confiança; infidelidade.
_Revelação do segredo confiado.
Inconfidência Mineira, movimento de inspiração liberal e republicana, um grupo de estudantes e intelectuais passa a se reunir com o objetivo de libertar MG do domínio português. Eles tinham os principais objetivos de:
. Criação de uma universidade em Vila Rica;
. Proclamação da Republica;
. Investimento na manufatura nacional;
. Rompimento do Pacto colonial.
Em 1789, a crise econômica da capitania agravou-se muito com a elevação da divida do quinto além de outras provenientes de contratos atrasados.
O novo governador, Visconde de Barbacena chegou disposto a cobrar os impostos, provocando a derrama, para a qual toda população (mineradores ou não) era obrigada a contribuir. Com isso, propiciou o pretexto para a revolta dos estudantes, que se propunha a criar uma Republica, com a capital em São João Del Rei, cuja bandeira teria o lema Libertas Qual Sera Tamem (“Libertas ainda que tardia”). O excesso de discussões permitiu que o assunto chegasse as autoridades, através de Silvério dos Reis, que denunciou seus companheiros o governo suspendeu a derrama, esvaziando o movimento, e procedeu a devassa.
Entre os implicados estavam Cláudio Manuel da Costa, Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga, Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes).
Tiradentes e muitos outros submetidos a processos que se arrastou de 1789 à 1792, e do qual resultaram em várias condenações, degredas, comutações de pina, com exceção de seu chefe Tiradentes. Foi um dos mais importantes movimentos do processo de luta pela emancipação do Brasil.


Vida e Obras de Cláudio Manuel da Costa

Cláudio nasceu em Ribeirão do Cabo atual Mariana no sitio da Vargem do Itacolomi a 6 de julho de 1729, filho de pai português que se dedicava a mineração.
Iniciou seus estudos no Rio de Janeiro para mais tarde ser prosseguidos em Portugal. Após seus primeiros estudos com os jesuítas no Brasil, vai para Coimbra estudar direito em 1749. Por essa época toma contato com as idéias, iluministas e absorve o clima das primeiras manifestações arcádia, viveu um tempo em Lisboa onde entrou em contato com as novidades do Arcadismo. Retorna ao Brasil em 1754 e monta banca de advogado em Vila Rica e Mariana entre 1754 e 1758. Por duas vezes foi secretario do governo da capitania em MG, nomeado pelo Conde Borbadela em 1752.
Posteriormente foi nomeado juiz das demarcações de sesmarias do termo de Vila Rica. Em 1768 cercado pelo prestigio oficial e pela admiração de seus confrades foi o fundador da arcádia Ultramarina e publicou suas obras em Coimbra.
Em 1733 dedica o poema em Vila Rica à doutor José Antônio Freire de Andrade, mas não publica.
Respeitado por sua cultura era um liberal, que se deixava influenciar pelos filósofos do iluminismo, pelas teorias econômicas inglesas. Era também adepto da política reformista do Marquês de Pombal.
Como árcade Cláudio adotou o nome de Glauseste Satúrnio e foi poeta de gosto neoclássico empenhado em reviver as fórmulas do quinhentismo português.
Era realmente um homem muito rico, tinha clientela importante, muitos escravos e sociedade em minas de ouro, possuindo uma fazenda de criação de gado e de porcos, além de um negócio de grandes proporções de concessão de créditos. Sua espaçosa mansão em Vila Rica era ponto de reunião de intelectuais da capitania.
Em 1789, 25 de maio, já aos 60 anos foi preso como participante da Inconfidência Mineira. Pouco depois dos primeiros interrogatórios foi encontrado morto na prisão, casa dos contos em Vila Rica, Ouro Preto, em 4 de julho de 1789.
Tudo faz crê que sua morte, haja ocorrido por suicídio, embora historiadores afirmam também que Cláudio tenha sido envenenado, ou seja, assassinado, existem outros que afirmam que, a causa de sua morte seja de sofrimento amoroso.
E até hoje fica a dúvida: Homicídio ou Suicídio?
Foi Cláudio o primeiro a escrever sobre a ciência de economia política que apresentara à Europa o célebre escocês Adam Smith. Comentou Cláudio o tratado da origem das Riquezas das Nações, publicado em Edimburgo e escreveu além disso outras tantas obras que mereceram elogiosas criticas de toda parte.
Sua obra anterior a 1768 compõe-se de algumas poesias no estilo gongórico, escritas sob a influência jesuíticas. Desde aquela data procurou trabalhar sempre de acordo com o pensamento árcade, destacando-se por seus sonetos, perfeitos na forma e na linguagem. Os temas giravam em torna das reflexões morais das contradições da vida tão ao gosto dos poetas quinhentistas, percebendo-se neles uma marcante influência camoniana.
Cláudio escreveu numerosas obras e dentre elas estão: “Munúsculo Métrico” romance heróico em versos; “Labirinto de Amor”, poema; “Obras”, compreendendo romances, sonetos, epicédios, epístolas, etc.; “Vila Rica”, poema oferecido ao conde de Borbadela; “Memória História Geográfica da Descoberta das Minas”; “Saudação à Arcádia Ultramarina” etc.
Patrono da cadeira n° 2 da academia Brasileira de Letras, criada por Alberto de Oliveira, Cláudio é um dos poetas mais ilustres que produziu o solo americano.
Dentro da literatura, Cláudio é um poeta barroco em transição para a simplicidade do Arcadismo. Ele próprio sentiu na sua obra, as tendências para o sublime e os seu desejos de um estilo simples e pastoril.
O que se sente em Cláudio é um dilaceramento, real e não apenas poético, nascido nas asperezas das terras mineiras, terra modesta e inculta, foi educado nas artes, letras e leis da douta e famosa Coimbra.
A saudade o mantém preso à sua pátria de cultura, mas as suas raízes continuam fincadas na pátria de nascença, chão de pedra, ferro e ouro.
E assim o poeta se sente desajustado na própria terra inculta, tão distante da Universidade onde se formou. Aderindo às normas do Arcadismo coimbrão, ele não pode renunciar à rudeza de sua terra, à sua consciente ou inconsciente formação ‘mineira’. É uma posição não convencional mas vital: um poeta dividido entre a rusticidade do berço e a civilização da pátria intelectual. Indeciso entre as duas grandes forças de atração.


Os Sonetos

A poesia de Cláudio é uma ponte entre o barroco e o árcade. Os 2 estilos lhe marcaram a obra com exageração do barroco e a busca da simplicidade dos árcades. Conhecedor da técnica do verso, homem de boa biblioteca e extensa leitura, um intelectual, talvez até mentor de Tomás Antônio Gonzaga em assuntos intelectuais e jurídicos, e, sobretudo um grande poeta.

Sonetos

Já rompe, Nise, a matutina aurora
O negro manto, com que a noite escura,
Sufocando do sol a face pura,
Tinha escondido a chama brilhadora.

Que alegre, que suave, que sonora,
Aquela fontezinha aqui murmura!
E nestes campos cheios de verdura
Que avultado o prazer tanto melhora!

Só minha alma em fatal melancolia,
Por te não poder ver, Nise adorada,
Não sabe inda, que coisa é alegria;

E a suavidade do prazer trocada,
Tanto mais aborrece a luz do dia,
Quanto a sombra da noite mais lhe agrada.


Obras

É o introdutor do estilo árcade na literatura brasileira. Por isso seus primeiros poemas carregam ainda detalhes bem típicos do estilo barroco.
Em 1768, lança seu livro se poemas intitulado “Obras” e funda Arcádia Ultramarina dando inicio ao Arcadismo, ao Neoclassicismo (Retorna a beleza e a pureza dos escritores clássicos contra o exagerado gongorismo).
Sua obra anterior a 1768 compõe-se de algumas poesias barrocas, sob a influência jesuítica. apartir daquela data procurou sempre trabalhar de acordo com o pensamento árcade destacando por seus sonetos, perfeitos na forma e na linguagem. Seu temas giram em torno das reflexões morais, das contradições da vida, tão ao gosto dos poetas renascentistas, percebendo inclusive uma acentuada influência camoniana. Cultivou a poesia bucólica, pastoril, na qual menciona sua condição do pastor que tem a natureza como refúgio ou ainda o sofrimento amoroso, as musas idealizadas.
Mais tarde escreve “Vila Rica” (narra a história da cidade desde sua fundação exaltando a atuação dos bandeirantes. O texto dividi-se em 10 contos, em versos decassílabos, e apresenta as seguintes partes: Preposição, Inovação, dedicatória, narração e epílogo) e “Memória histórica sobre a capitania de Minas Gerais”. Traduziu “A riqueza das Nações” (de Adam Smith). Escreveu também textos teatrais, entre eles o “Parnaso Obsequioso”, peça que foi musicada. Em Portugal publica: “O Labirinto de Amor”, “Números Harmônicos”, “Munúsculo Métrico”.
Dedicou-se, numa centena de sonetos, a reviver os motivos bucólicos e o idealismo neoplatônico, mas ficando só no nível dos motivos neoclássicos. Também tentou a épica narrativa na “Fábula do Ribeirão do Carmo” e no poema “Vila Rica”, cuja o principal valor além do documental, é a pureza dos versos neoclássicos e também o nativismo da paisagem este mal revelado em seus sonetos.
Também encontram espaços na poesia de Cláudio Manuel as influências da paisagem local: o ribeirão do Carmo, rio que corta a região; os vaqueiros, em lugar de pastores gregos; as montanhas e os vales e as constantes referencias às pedras, que sugerem o ambiente agreste e rústico de MG: “Destes penhascos faz a natureza o berço de ouro em que nasci: Oh quem cuidara, que entre penhas tão duras se criara uma alma eterna, um peito sem dureza.

Arcadismo

Arcadismo
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O Arcadismo, Setecentismo (anos 1700) ou Neoclassicismo é o período que caracteriza principalmente a segunda metade do séc. XVIII, tingindo as artes de uma nova tonalidade burguesa.

No início mostrava o barroquismo literário em plena decadência.

Uma literatura empolada, de louvação e encômios, em linguagens exageradamente metafórica, arrevesa e sentenciosa, praticada à sombra das academias. Mas, com declínio da aristocracia e com ascensão da burguesia, sente-se a tendência para uma renovação do gosto literário e do credo estético, com o esgotamento da literatura cortês do barroco. Desenvolve-se uma reação contra o barroquismo do seiscentos, expressa num amplo movimento de restauração classicizante, em que o espírito clássico ressurge sob a forma de neoclassicismo.


O Arcadismo

No séc. XVIII, as formas artísticas do Barroco já se encontram desgastadas e decadentes. O fortalecimento político da burguesia e o aparecimento dos filósofos iluministas formam um novo quadro sócio político-cultural, que necessita de outras fórmulas de expressão. Combate-se a mentalidade religiosa criada pela Contra-reforma, nega-se a educação jesuíta praticadas nas escolas, valoriza-se o estudo científico e as atividades humanas, num verdadeiro retorno à cultura renascentista. A literatura que surge para combater a arte barroca e sua mentalidade religiosa e contraditória é o Neoclassicismo, que objetiva restaurar o equilíbrio por meio da razão.

Dentre as variedades do neoclassicismo, figurou o movimento arcádico. No final do séc. XVII, fixou residência em Roma a jovem ex-rainha Cristina da Suécia, que renunciara ao trono e ao luteranismo, convertendo-se ao catolicismo. Inteligente e culta, desde a Suécia habituara-se a cercar-se de sábios e artistas, para discussão e leitura de trabalhos literários. Em Roma, atraiu para essas reuniões a fina flor da inteligência local, formando um cenáculo intelectual que, após sua morte, se transformaria na Arcádia (1690). Nasceu , assim, com regulamentos e programas, a nova academia, composta de 16 membros. Tinha o objetivo de reconduzir à fonte da natureza, à simplicidade de sentimento e de estilo, a poesia e, em geral, a literatura, que, na opinião dos seus componentes, estavam desviadas pelos cattivo gusto, herança do seiscentismo. O nome de Arcádia era dado na Grécia antiga à região do Peloponeso, morada do deus Pan, e onde a tradição imaginava residirem todos os pastores com seus míticos e plácidos costumes, em contato com a natureza, onde residiam a beleza, pureza e espiritualidade. Procuravam adoçar a dureza do viver mercê de uma disposição para o canto e a dança, as canções de amor e as pugnas poéticas, caracterizadas pela espontaneidade e simplicidade. Segundo Toffanin, era a pátria da antiga poesia pastoral. Por isso, o nome foi transferido para a academia italiana, acrescentando-se ainda a particular ressonância obtida pelo romance pastoral de Jacopo Sannazareo (1458-1530), intitulado Arcádia (1504). Os membros da nova Arcádia chamavam-se “pastores”, cada um adotando um nome pastoril, grego ou latino, sendo o presidente eleito e designado “guardião geral”.

As reuniões eram realizadas em parques e jardins. No combate ao estilo empolado do Barroco decadente, com sua retórica artificial e suas sutilezas conceptistas, visava o arcadismo ou movimento arcádico retornar à simplicidade, equilíbrio, naturalidade e clareza dos modelos clássicos, restabelecendo a poética antiga, a forma clássica, o buono stile, a naturalezza Del dire, na linha da liberdade e simplicidade anacreôntica e pindárica, ou de conformidade com o petrarquismo quinhentista, cantando o amor, a natureza, a vida simples e bucólica. Do ponto de vista formal, a simples e idílica alma lírica setecentista encontrou no verso solto, nas odes e elegias o instrumento ideal. Criou assim um novo estilo individual e de época, englobando-se no rococó literário.

Além do seu caráter democrático, a Arcádia teve uma tendência supernacional. O movimento de reforma literária e lingüística irradiou-se em filiais pelos diversos reinos e cidades da Itália e em numerosos países estrangeiros, que se denominaram “colônias”.

Da Itália, o movimento arcádico passou a Portugal e ao Brasil. Empenhando que estava Portugal, no séc. XVIII, numa reação anti-castelhana, inclusive como reação paralela a restauração da independência, o movimento arcádico encontrou boa acolhida. As academias do século anterior foram-se transformando em corporações, do tipo ora arcádico, ora científico. De qualquer modo, no sentido da tradição clássica e também abrindo-se à influência francesa, que invadia o século.

Em Portugal, o arcadismo instalou-se com a Arcádia Lusitana (1756-1774), reunindo escritores de renome: Antônio Dinis da Cruz e Silva, Gomes de Carvalho, Manoel de Figueiredo, Cândido Lusitano, Domingos dos Reis Quita, Correia Garção, José Caetano de Mesquita. Houve, ainda, a nova Arcádia, no final do século XVIII, de que foram membros Bocage e José Agostinho de Macedo.

Com o arcadismo desenvolve-se no Brasil a primeira produção literária adaptada à realidade
nacional. As obras começam a se afastar dos modelos portugueses ao descrever as paisagens locais e criticar a situação política do país. Surgem vários poetas em Vila Rica, atual Ouro Preto (MG) – capital cultural e centro de riqueza na época –, grande parte deles ligada à Inconfidência Mineira. Os árcades constituem a primeira geração de escritores brasileiros.

A transição do barroco para o arcadismo no país dá-se em 1768, com a publicação do livro Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa. Entre os árcades destacam-se, ainda, Tomás Antônio
Gonzaga, autor de Marília de Dirceu; Basílio da Gama (1741-1795), de O Uraguai; e Silva Alvarenga (1749-1814), de Glaura. Apesar do engajamento pessoal, a produção desses autores não está a
serviço da política.


Características

Urbem (fuga da cidade): influenciados pelo poeta latino Horácio, os árcades fugere defendiam o bucolismo como ideal de vida, isto é, uma vida simples e natural, junto ao campo, distantes dos centros urbanos. Tal princípio era reforçado pelo pensamento do filósofo francês Jean Jacques Rousseau, segundo o qual a civilização corrompem os costumes do homens, que nasce naturalmente bom.

Aurea mediocritas (vida medíocre materialmente mas rica em realizações espirituais): outro traço presente advindo da poesia horaciana é a idealização de uma vida pobre e feliz no campo, em oposição à vida luxuosa e infeliz na cidade.

Ideas iluministas: como expressão artística da burguesia, o Arcadismo veicula também certos ideais políticos e ideológicos dessa classe, no caso, ideais do iluminismo. Os iluministas foram pensadores que defenderam o uso da razão, em contraposição à fé cristã, e combateram o absolutismo. Embora não sejam a preocupação central da maioria dos poetas árcades. Idéias de liberdade, justiça e igualdade social estão presentes em apens alguns textos da época.

Convencionalismo amoroso: na poesia árcade, as situações são artificiais;não é o próprio poeta quem fala de si e de seus reais sentimentos. No plano amoroso, por exemplo, quase sempre é um pastor que confessa seu amor pr uma pastora e a convida para aproveitar a vida juntos à natureza. Porém, ao se lerem vários poemas, de poetas árcades diferentes, tem-se a impressão de que se trata sempre de um mesmo homem, de uma mesma mulher e de um mesmo tipo de amor. Não há variações emocionais. Isso ocorre devido ao convencionalismo amoroso, que impede a livre expressão dos sentimentos, levando o poeta a racionaliza. Ou seja, o que mais importava ao poeta árcade era seguir a convenção, fazer poemas de amor como faziam os poetas clássicos, e não expressar os sentimentos. Além disso mantém-se o distanciamento entre os amantes, que já se verifica na poesia clássica.


Conclusão

O Arcadismo em si, era formado por ideais renascentistas, da Antigüidade Clássica, pois o Barroco já havia ultrapassado os limites do que se considerava arte de qualidade.

Por emitir também princípios ideológicos iluministas, o arcadismo fez com que a burguesia crescesse e tomasse o poder sobre a nobreza.

Esse período foi marcado pela visão científica e pelo racionalismo, porque defendia uma literatura mais simples, objetiva, descritiva e espontânea, que se supõe à emoção, à religiosidade e ao exagero do Barroco.

Tal gênero predominou até o início do século XIX, quando surge o Romantismo.

A Cultura

A Cultura
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A pergunta é dificil e suscita respostas muito abrangentes. Num ponto tenho a certeza: a cultura é uma fonte inesgotável riqueza pessoal.

“A cultura é essencial para quê ? Poderiamos começar assim. Mas primeiro ainda fui ao dicionário procurar a palavra “cultura”. Deparei-me com vários significados; pelo menos dois são importantissimos.

Um: Cultura - desenvolvimento dos conhecimentos e das capacidades intelectuais, quer em geral, quer num domínio particular.

Dois: Cultura - maneiras colectivas de pensar e de sentir, conjunto de costumes, de instituições e de obras que constituem a herança social de uma comunidade ou grupo de comunidades. Engraçado, não é ? Como o primeiro significado da palavra “cultura” se tem vindo a revelar tão necessário para que o segundo possa ser melhor! Se não desenvolvermos as nossoa capacidades intelectuais e não ampliarmos os nossos conhecimentos, teremos muito mais dificuldade em compreender correctamente outras “culturas”. Daqui surgem depois questões e conceitos como racismo, xenofobia, violência. Uma pessoa que tenha a referida “cultura” será sempre mais tolerante, mais compreensiva, mais atenta, porque sabe, porque conhece, porque entende. Poderá, assim, fazer com que a segunda definição de “cultura” seja mais coerente e efectiva; poderá fazer com que a herança social da sua comunidade seja mais pacifica,mais solidaria. A cultura é essencial? Sem dúvida. Para consolidarmos a nossa comunidade numa base pacifica, tolerante, solidária com o próximo. É preciso conhecer para entender. É preciso conhecer para aceitar. Como dizia a minha avó “ o saber nunca fez mal a ninguém.” E além disso, não ocupa lugar”.

“A cultura é essencial mas não vamos supor que ter cultura é ser erudito, muito cheio de ciências e de saberes. Uma pessoa pode ter pouca instrução mas ter uma linguagem muito culta, modos muito civilizados, sempre boas maneiras. O ideal é reunir a cultura de um povo com os vastos conhecimentos que se prendem nos livros, e claro, de preferência tirar um curso mesmo médio.

Se por um lado é essencial para distinguir os costumes, os hábitos, a tradição de um povo, porque afinal de contas todos nos orgulhamos das raizes, de falarmos uma determinada lingua, de nos vestirmos assim ou simplesmente de termos nascido neste país , por outro é a responsável pelas discriminações e xenofobias. Se existe racismo é devido á cultura. Muito dificilmente uma cultura aceita outra e esta “outra” é quase sempre sinônimo de inferioridade. São criados preconceitos que ao longo do tempo têm tendência a generalizar-se e tornarem-se inalteráveis. Só que tirando esta formalidade da cultura, somos todos de carne e osso, todos respiramos, todos vivemos e morremos independentemente da nacionalidade, da cor da pele ou da lingua que falamos.

A cultura não é só o saber acumulado ao longo do tempo é preciso saber fazê-lo valer, para nos ajudarmos a nós próprios, através do respeito para com os outros. A cultura é saber e conhecimento, mas acima de tudo respeito e educação para com os que sofrem, os menos afortunados. Porque aignorância faz parte de todos nós.

É essencial partilhar com os outros o conhecimento que se adquire ao longo da vida. A cultura é como água numa esponja, alguém disse e eu estou plenamente de acordo.

Ser culto não é uma opção mas sim uma obrigação!

Recordo-me de uma conversa entre a maria e a joaquina a dada altura diz a joaquina para a maria quando for grande quero ter muitos vestidos, a maria responde eu quero ter muita cultura,mas a joaquina pergunta-lhe se saires á rua sem cultura és presa? A maria diz logo não.diz a joaquina então esprimenta saires sem vestido.

Dá que pensar, pois é um pouco a realidade que se vive num segundo plano, se não dizer último plano.

Se a cultura é essencial!? É, eu tenho a certeza que sim.

Desenvolvimento sustentável









Termo criado em 1987, definido no Relatório Nosso Futuro Comum da "Brundtland Commision" (Comissão Mundial para Meio Ambiente e Desenvolvimento) como "desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazer as suas próprias necessidades mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável". A consciência de que precisamos da Natureza. Todos os anos, as indústrias produzem toneladas de resíduos tóxicos e os lançam nos mares, aterros sanitários danificando a atmosfera. A ação do homem está acabando com a diversidade das espécies a maior ameaça à biodiversidade provém da destruição das florestas tropicais. Na Amazônia, uma única árvore pode conter 2000 espécies raras de animais. As florestas tropicais são também essenciais para manter o equilíbrio do dióxido de carbono na atmosfera. No entanto, a derrubada descontrolada de árvore e a agricultura, juntamente com as chuvas ácidas, estão destruindo as florestas tropicais. Algumas medidas devem ser tomadas para se alcançar o desenvolvimento sustentável com, por exemplo, reconhecer a relação entre questões ambientais e de desenvolvimento; utilizar a energia de forma mais eficaz e desenvolver fontes de energia renováveis, como o vento e a energia solar; promover a educação ambiental aos agricultores; eliminar a pobreza, ajudando os pobres a ganhar a vida de forma a não danificarem o ambiente; fixar multas para as pessoas e indústrias que poluem as águas; preparar planos nacionais para o tratamento de lixos; exigir que as indústrias adotem métodos de produção mais seguros e mais limpos; mudar padrões de consumo que destroem a economia. O objetivo é criar um modelo econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar e, ao mesmo tempo, promover a coesão social e impedir a destruição da natureza.

Desmatamento








Desde o início da colonização do Brasil, as florestas da região costeira vêm sendo derrubadas. A intensificação do desmatamento se acentuou a partir de 1920, após o término da I Grande Guerra, com a vinda de imigrantes, especialmente da Europa. Além do prosseguimento da derrubada das árvores da Mata Atlântica, ocorreu a destruição avassaladora dos pinheirais da região Sul do país.

Os técnicos florestais estimam que o desmatamento, em todo o território é superior a 300 milhões de hectares de matas.

Desmatamento na Amazônia


A floresta Amazônica continua a ser uma das maiores do planeta. Quanto à biodiversidade, não há floresta no mundo comparável a ela, com uma flora riquíssima - mais de 30 mil espécies de plantas -, que inclui um terço de toda a madeira tropical disponível no mundo. AAmazônia brasileira já perdeu 13,31% da mata original, o equivalente ao território da França.

Os fazendeiros e colonos derrubam a floresta para plantar pastagens, vendendo as árvores cortadas às madeireiras. Estas, especialmente as que trabalham na clandestinidade, atuam como parceiras no processo de destruição, ao viabilizar o desmatamento nas propriedades rurais, embora também ajam isoladamente em várias áreas da floresta.

O desmatamento e as queimadas da região Amazônica constituíram as mais sérias preocupações dos ambientalistas nas últimas décadas, por acarretar desequilíbrios imprevisíveis ao ambiente, com conseqüências desconhecidas. Fortes desmatamentos estão ocorrendo na margem esquerda do Rio Amazonas, ao longo da estrada que sai de Oriximiná em direção a Prainha, passando por Óbidos, Alenquer e Monte Alegre, no Pará.

O ataque dos predadores à região se dá também pelo oeste, vindo de Novo Progresso, pólo madeireiro às margens da rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163).

Além da imensa perda de biodiversidade e da ameaça a povos e culturas tradicionais, o desmatamento afeta o ciclo das águas e adiciona, segundo o Instituto de Pesquisa da Amazônia (Ipam), 200 milhões de toneladas de carbono à atmosfera anualmente, transformando o Brasil num dos 10 maiores vilões responsáveis pelo aquecimento global.

Permitir a continuidade do desmatamento significa condenar a Amazônia ao atraso econômico, à crise social e ao desastre ambiental. Até hoje, aproximadamente dois terços da Amazônia permanecem como floresta virgem e ainda podem ser preservados